O podcaster de Rodney Idankas, do canal Segurança e Defesa TV, traz à tona o amplo descontentamento entre policiais militares, tema reforçado após reportagem destacada no JCnet e alimentado por um enquete realizado pelo Deputado Federal Capitão Augusto. A abordagem do apresentador, marcada por tom direto e contrapontos, lança um olhar crítico sobre as condições de trabalho, mudanças e políticas de valorização dos profissionais da segurança.
A discussão começa ressaltando a dificuldade de diálogo com autoridades, ponto recorrente na relação entre sociedade e poder público. Rodney reforça a importância de maior participação dos ouvintes e de acesso transparente à classe política, lembrando que suas análises e entrevistas chegam até parlamentares e assessores.
No centro do debate, está o resultado da enquete promovida pelo deputado: mais de 70% dos policiais militares ativos relatam insatisfação com a profissão, e quase metade afirma que deixaria a corporação se tivesse outra oportunidade. Para o apresentador, a raiz do problema é clara: progresso baixo, agravado pela falta de paridade e integralidade entre ativos, inativos e pensionistas, especialmente em alguns estados.
E a análise disso?
A análise destaca ainda os motivos dessa insatisfação, como jornadas exaustivas, insegurança jurídica e ausência de planos de carreira atraentes. São debatidas questões como a escala de trabalho (criticando o modelo 12x36), a necessidade de realização de “bicos” oficiais para complementar a renda, e as condições precárias de quartéis e instalações. Rodney enfatiza que medidas paliativas, como a oficialização dos bicos, mascaram a necessidade essencial de aumento salarial.
O programa também questiona fórmulas tradicionais usadas pelo alto comando das polícias, apontando que a nova geração – especialmente policial que ingressou a partir dos anos 2000 – não vê a carreira militar como única opção de estabilidade e desenvolvimento. Observa-se a participação de migração para outras forças e concursos públicos, impulsionada tanto pela busca por melhores condições quanto pela vontade de crescer profissionalmente.
Há cobranças quanto à falta de transparência e articulação política em Brasília. Rodney sugere que, à semelhança do Fundeb na educação, poderia haver repasse federal para recompor iniciativas iniciais das polícias do Norte e Nordeste, como mais mal remuneradas do país. A responsabilidade de impulsionar o Congresso para mudanças constitucionais e orçamentárias tanto recai sobre parlamentares ligados à pauta de segurança quanto se amplia para toda a bancada que busca votos da categoria.
Outro ponto relevante trazido pelo podcast é o impacto das condições de trabalho na saúde mental do policial. O apresentador cita registros de exonerações e afastamentos psiquiátricos, criticando a lógica de atendimento mental dentro da própria instituição, que pode gerar constrangimento e resistência à busca de cuidados adequados.
Como mudar o cenário?
Além dos temas salariais e de saúde, Rodney elencou críticas à estrutura física das corporações e questionou políticas penais e de combate ao crime. Destacou que a sensação de insegurança cresce não apenas pela redução do efetivo, mas sobretudo pela evolução do crime organizado e pelo combate insuficiente ao orçamento financeiro dessas organizações criminosas.
O apresentador alerta para o risco de descolamento entre policiais e seus representantes, lembrando que a falta de avanços concretos pode gerar respostas nas urnas. Ele sugere mudanças estruturais, inclusive na legislação penal, mas questiona a eficácia das propostas que apenas aparentam suportar punitivo sem atacar causas mais profundas, como estrutura das polícias, política salarial e enfrentamento de crimes de colarinho branco.
O podcast, portanto, vai além da simples repercussão de uma entrevista parlamentar. Traz uma leitura crítica dos desafios da segurança pública, entrega dados e contrapontos embasados, e promove um espaço para debate amplo e atualizado sobre o futuro da polícia e seus profissionais no Brasil.
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