No mais recente episódio do programa Prosa Militar, conduzido por um veterano da Marinha, os participantes promoveram um intenso debate sobre a exclusão histórica das praças e pensionistas das decisões políticas que afetam diretamente suas condições de vida. Durante mais de uma hora de conversa, foram denunciadas desigualdades estruturais nas Forças Armadas, a ausência de representatividade no Congresso Nacional e uma lei de reestruturação da carreira militar (Lei 13.954/2019) que, conforme apontado, serviu majoritariamente aos interesses das altas patentes.
Um dos principais pontos abordados foi a composição do
chamado "gabinete parlamentar fardado", formado essencialmente por
oficiais generais, enquanto os militares de patentes inferiores seguem com
participação quase inexistente nas esferas de poder. Segundo os debatedores, o
contexto atual reflete um abandono das praças e pensionistas, cujas demandas
foram ignoradas na formulação de políticas recentes, como a referida lei, que
reduziu benefícios e aprofundou desigualdades salariais entre os diferentes
postos e graduações.
Crítica Aberta
A crítica recaiu também sobre a estratégia política dos altos comandos, que têm distribuído condecorações e benesses a parlamentares e autoridades civis, numa clara tentativa de manter influência e apoio institucional. Com o gato veto parlamentar, generais se distanciam ainda mais das bases, que enfrentam filas em hospitais militares, baixa remuneração e falta de perspectiva de progressão na carreira. Enquanto isso, muitos oficiais superiores e generais desfrutam de estruturas privilegiadas e imóveis funcionais de alto padrão.
O programa trouxe ainda relatos sobre tentativas frustradas
de articulação política das praças, destacando episódios em que representantes
da base foram ignorados ou tiveram portas fechadas em gabinetes do Executivo e
Legislativo. Cada vez mais distantes do centro de deliberações, os militares da
reserva e pensionistas apelam à mobilização popular como a única via possível
para pressionar por mudanças. No entanto, foi lamentada a falta de unidade
entre as forças e segmentos, gerando um cenário de desarticulação e apatia.
A transmissão evidenciou, ainda, que a falta de conhecimento
técnico sobre orçamentos, legislações internas e direitos garantidos coloca as
praças em condição de desvantagem nas negociações com os comandos e o
Ministério da Defesa. Diante disso, foi reforçada a necessidade de formação
política e jurídica dos militares de base, com o apoio de associações e
entidades como o IBAL, que atua na análise de legislações que impactam os
militares e forças de segurança pública.
Próximos Passos
Encerrando o programa, os participantes fizeram um chamado
enfático à união nacional das praças e pensionistas. Alertaram que, sem
representatividade real, conhecimento técnico e esforço coletivo, os militares
continuarão sendo excluídos das melhorias estruturais e relegados ao abandono.
“Nossa única arma hoje é o voto”, resumiu uma das participantes, cobrando
engajamento efetivo da comunidade militar nas próximas eleições para
transformar o presente e garantir futuro digno à família militar.
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