23 julho 2025

Reforma ou Recompensa? Oficiais da reserva estão acumulando R$ 65 mil / mês no serviço público federal

No universo militar brasileiro, a discussão sobre remuneração sempre causa polêmica, principalmente quando são divulgadas discrepâncias entre os reajustes recebidos pelos comandantes das Forças Armadas e aqueles destinados à tropa, especialmente às praças. Recentemente, a revista Sociedade Militar trouxe à tona dados que agitaram o setor: enquanto os comandantes das forças acumulam aumentos que chegam a 13%, praças ficaram limitadas a 4,5%.

Remunerações e Aumentos: De Onde Vêm os Números?

Segundo a reportagem, comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica — todos atualmente na reserva — vêm recebendo remuneração total que, em 2025, supera R$65 mil. Este valor resulta do acúmulo de dois salários: o de militares da reserva (reformados) e o de cargos comissionados que ocupam atualmente como servidores públicos federais.

  • Reajuste de comissionados: Em abril de 2025, ocorreu um aumento civil de cerca de 30% para estes cargos, elevando o salário comissionado dos comandantes de R$18 mil para R$24 mil.

  • Reajuste militar: O salário como militar variou de cerca de R$39 mil para R$41 mil ao longo de 2025.

  • Resultado: Ao somar ambos, a remuneração bateu a marca de R$65 mil.

Enquanto isso, praças, ativos, inativos e pensionistas receberam reajustes bem menores: apenas 4,5% no mesmo período.





Por Que a Diferença é Tão Grande?

A principal justificativa oficial para o aumento seletivo no topo da carreira — segundo o governo e o Ministério da Gestão — é a necessidade de manter o nível de remuneração compatível para cargos estratégicos e de reter talentos importantes para o Executivo Federal. Ou seja, o topo da hierarquia administrativa, civil ou militar, acaba sendo priorizado nos reajustes salariais.

No entanto, a diferença entre o reajuste dos comandantes e das praças tem sido motivo de insatisfação e debate. Há o argumento clássico do “escalonamento vertical”, em que cargos de maior responsabilidade recebem salários mais altos. Mas, como expõem representantes e entusiastas da classe, a desigualdade se acentua com o tempo — tornando-se gritante em cenários como o atual.

O Que Dizem os Militares e a Comunidade?

Há consenso entre muitos especialistas e representantes da categoria de que todos — oficiais, praças e pensionistas — deveriam ser reconhecidos financeiramente. Afinal, tanto oficiais quanto praças dedicam uma vida inteira ao serviço público, muitas vezes desde a juventude, enfrentando desafios e riscos equivalentes em prol da sociedade e da defesa nacional.

A situação das pensionistas, por exemplo, é sensível: relatos apontam dificuldades para arcar com despesas como planos de saúde, principalmente diante de hospitais militares frequentemente operando no limite de sua capacidade.

Acúmulo de Cargos e o Teto Constitucional

Outra questão importante envolve o acúmulo de salários. Ao ocupar cargos comissionados após a passagem para a reserva, comandantes conseguem superar o teto do funcionalismo público — atualmente em torno de R$46 mil a R$48 mil (teto do STF). Como um salário militar e um civil, as remunerações não se somam para fins de abate-teto, o que permite ganhos significativamente acima do teto convencional. Os servidores, porém, continuam sujeitos às normas de contribuição e à carga tributária, incluindo os 27,5% de Imposto de Renda.

Reflexão para o Futuro: Permanência e Renovação

O movimento de oficiais da reserva que buscam novas funções públicas após 30 ou 35 anos de serviço levanta uma questão relevante: seria o momento de discutir a possibilidade de estender o tempo de permanência ativa nas Forças Armadas? Ou esta circulação ajuda a oxigenar a administração pública, abrindo oportunidades para novas gerações?

Enquanto o debate se intensifica, permanece a demanda central: não se trata de reduzir os salários dos generais e comandantes, mas sim de reconhecer e valorizar, por meio de melhorias salariais, todos aqueles que dedicam sua vida ao serviço militar, especialmente as praças, que são o coração da operação diária das Forças Armadas.

Qual sua opinião sobre esse modelo de remuneração nas Forças Armadas? A desigualdade salarial é justificável? Aumentos deveriam ser equitativos, considerando a dedicação de todos os segmentos da tropa? Deixe seu comentário abaixo e continue acompanhando o debate!





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