A entrevista do veterano da PM, Dr. Gimenes, ao canal
Segurança e Defesa TV, conduzida pelo podcaster Rodney Idankas, trouxe à tona
uma questão que está movimentando os bastidores da segurança pública em São
Paulo: o reajuste linear de 5% para os servidores do poder executivo,
especialmente os policiais. Desde o anúncio do projeto de lei complementar pelo
governador Tarcísio, o tema tem gerado debates acalorados entre os
profissionais da área, que aguardavam ansiosamente por uma reparação das
distorções salariais criadas em 2023.
Em primeiro lugar, é importante destacar que o aumento de 5%
foi protocolado após uma reunião no Palácio dos Bandeirantes, envolvendo
deputados e representantes do funcionalismo público. O índice, segundo o
governo, busca cumprir a Constituição Federal, que prevê tratamento igualitário
entre os servidores. No entanto, muitos policiais, sobretudo os militares,
receberam a notícia com insatisfação, pois esperavam a correção das injustiças
do passado, e não apenas um reajuste linear.
Dr. Gimenes relembrou que, em 2023, o então PL75 trouxe uma inovação polêmica: a distinção de índices de reajuste entre diferentes postos e graduações das forças de segurança. Tal medida, considerada por muitos como injusta e até humilhante, prejudicou especialmente os veteranos, como terceiros sargentos e segundos tenentes, que representam cerca de 50 mil profissionais e suas famílias. O impacto negativo se estende a pensionistas, ampliando o alcance do descontentamento para mais de 600 mil pessoas ligadas à família policial militar.
Outro ponto crucial abordado na entrevista é a justificativa
dada pelas autoridades para a diferenciação dos índices em 2023. Segundo o
então secretário de segurança pública, a medida visava incentivar o ingresso na
carreira e a progressão interna. No entanto, como ressaltou Gimenes, essa
lógica desconsiderou o grande número de veteranos nessas posições, tornando a
decisão ainda mais controversa e gerando um sentimento de abandono entre os
antigos servidores.
Ademais, a atuação da chamada “Bancada da Bala” na
Assembleia Legislativa foi duramente criticada. Gimenees apontou que, desde o
início do governo Tarcísio, os deputados ligados à segurança pública têm se
alinhado ao Executivo, deixando de representar efetivamente os interesses de
seus eleitores. O contraste com outros estados, como Minas Gerais, onde
parlamentares da base governista não hesitam em criticar medidas injustas, foi
destacado como exemplo a ser seguido.
Com o cenário de insatisfação, cresce o risco de desgaste
político para os deputados que não defendem de forma contundente os interesses
dos policiais. Enquanto isso, parlamentares de oposição, como o deputado Reis (PT), têm ganhado espaço ao propor aumentos mais expressivos e defender toda a
categoria do serviço público estadual. Essa movimentação pode influenciar
diretamente as próximas eleições, alterando o equilíbrio de forças na
Assembleia.
Vale lembrar que a recomposição salarial de 2023 não só
manteve a diferenciação de índices, como também trouxe prejuízos ao poder de
compra das famílias policiais. A ausência de uma reparação adequada no novo
projeto de reajuste aprofunda o sentimento de injustiça e desvalorização,
afetando inclusive a saúde mental de muitos profissionais, como relatado por
Gimenes durante a entrevista.
Por fim, a entrevista reforça a importância do engajamento da comunidade policial e de seus familiares. A participação ativa nas redes sociais, o contato com representantes como Dr. Gimenes e a cobrança por transparência nos projetos de lei são fundamentais para pressionar o governo e os deputados a adotarem medidas realmente justas.
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