01 maio 2025

Aumento de 5% gera sentimento de frustação e humilhação, relata Policiais

A entrevista do veterano da PM, Dr. Gimenes, ao canal Segurança e Defesa TV, conduzida pelo podcaster Rodney Idankas, trouxe à tona uma questão que está movimentando os bastidores da segurança pública em São Paulo: o reajuste linear de 5% para os servidores do poder executivo, especialmente os policiais. Desde o anúncio do projeto de lei complementar pelo governador Tarcísio, o tema tem gerado debates acalorados entre os profissionais da área, que aguardavam ansiosamente por uma reparação das distorções salariais criadas em 2023.

Em primeiro lugar, é importante destacar que o aumento de 5% foi protocolado após uma reunião no Palácio dos Bandeirantes, envolvendo deputados e representantes do funcionalismo público. O índice, segundo o governo, busca cumprir a Constituição Federal, que prevê tratamento igualitário entre os servidores. No entanto, muitos policiais, sobretudo os militares, receberam a notícia com insatisfação, pois esperavam a correção das injustiças do passado, e não apenas um reajuste linear.


Dr. Gimenes relembrou que, em 2023, o então PL75 trouxe uma inovação polêmica: a distinção de índices de reajuste entre diferentes postos e graduações das forças de segurança. Tal medida, considerada por muitos como injusta e até humilhante, prejudicou especialmente os veteranos, como terceiros sargentos e segundos tenentes, que representam cerca de 50 mil profissionais e suas famílias. O impacto negativo se estende a pensionistas, ampliando o alcance do descontentamento para mais de 600 mil pessoas ligadas à família policial militar.

Outro ponto crucial abordado na entrevista é a justificativa dada pelas autoridades para a diferenciação dos índices em 2023. Segundo o então secretário de segurança pública, a medida visava incentivar o ingresso na carreira e a progressão interna. No entanto, como ressaltou Gimenes, essa lógica desconsiderou o grande número de veteranos nessas posições, tornando a decisão ainda mais controversa e gerando um sentimento de abandono entre os antigos servidores.

Ademais, a atuação da chamada “Bancada da Bala” na Assembleia Legislativa foi duramente criticada. Gimenees apontou que, desde o início do governo Tarcísio, os deputados ligados à segurança pública têm se alinhado ao Executivo, deixando de representar efetivamente os interesses de seus eleitores. O contraste com outros estados, como Minas Gerais, onde parlamentares da base governista não hesitam em criticar medidas injustas, foi destacado como exemplo a ser seguido.

Com o cenário de insatisfação, cresce o risco de desgaste político para os deputados que não defendem de forma contundente os interesses dos policiais. Enquanto isso, parlamentares de oposição, como o deputado Reis (PT), têm ganhado espaço ao propor aumentos mais expressivos e defender toda a categoria do serviço público estadual. Essa movimentação pode influenciar diretamente as próximas eleições, alterando o equilíbrio de forças na Assembleia.

Vale lembrar que a recomposição salarial de 2023 não só manteve a diferenciação de índices, como também trouxe prejuízos ao poder de compra das famílias policiais. A ausência de uma reparação adequada no novo projeto de reajuste aprofunda o sentimento de injustiça e desvalorização, afetando inclusive a saúde mental de muitos profissionais, como relatado por Gimenes durante a entrevista.

Por fim, a entrevista reforça a importância do engajamento da comunidade policial e de seus familiares. A participação ativa nas redes sociais, o contato com representantes como Dr. Gimenes e a cobrança por transparência nos projetos de lei são fundamentais para pressionar o governo e os deputados a adotarem medidas realmente justas. 

 

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