A última debandada de policiais militares para a Polícia Civil de São Paulo chamou atenção e foi tema de um debate no canal Segurança eDefesa TV, apresentado pelo especialista em Política de Segurança Pública
Rodney Idankas. O fenômeno, que envolveu mais de 100 PMs aprovados em concursos
da Polícia Civil, levantou discussões sobre as causas e consequências desse
movimento crescente.
De início, Rodney destacou que, embora o número de 100
policiais possa parecer pequeno diante do universo da corporação, ele é
representativo e sinaliza uma insatisfação interna relevante. Muitos dos
comentários recebidos pelo canal apontam que a principal motivação para essa
migração é a busca por melhores condições de trabalho e qualidade de vida. Os
policiais relatam escalas exaustivas, jornadas longas e deslocamentos
cansativos, que acabam afetando o bem-estar e a convivência familiar.
Além disso, o apresentador ressaltou que o tratamento
recebido pelas praças dentro da Polícia Militar é um fator de peso nessa
decisão. Comentários de policiais, lidos durante a live, mostram que muitos se
sentem desvalorizados e distantes dos oficiais, o que contribui para um
ambiente de trabalho pouco acolhedor. Esse distanciamento hierárquico, segundo
Rodney, é um problema histórico e cultural, agravado pela falta de empatia e
diálogo entre os diferentes níveis da corporação.
Outro ponto abordado foi a diferença salarial entre as carreiras. Embora o salário não seja o único motivo, muitos policiais militares enxergam na Polícia Civil uma oportunidade de remuneração ligeiramente melhor e, principalmente, de uma rotina menos desgastante. A regionalização dos concursos civis, que permite ao policial trabalhar mais próximo de casa, também é vista como uma vantagem significativa.
Na sequência, Rodney comentou sobre a estrutura arcaica da
Polícia Militar, que mantém práticas e regulamentos herdados de séculos
passados. Para muitos policiais, a rigidez do militarismo, associada à falta de
modernização e de gestão humanizada, torna a carreira menos atrativa para as
novas gerações. O apresentador lembrou que os jovens de hoje buscam
flexibilidade, reconhecimento e oportunidades de crescimento, fatores que nem
sempre encontram na estrutura atual da PM.
Por fim, o especialista destacou que a migração para a
Polícia Civil não deve ser vista apenas como uma troca de emprego, mas como um
sintoma de questões mais profundas que afetam a segurança pública. Ele defendeu
a necessidade de reformas estruturais, valorização dos profissionais e maior
integração entre as polícias, para que ambas possam cumprir seu papel de
proteger a sociedade de forma mais eficiente e humana.
A saída de policiais militares para a Polícia Civil reflete
um conjunto de desafios: condições de trabalho, relações hierárquicas,
salários, estrutura organizacional e expectativas das novas gerações. O debate
aberto no canal Segurança e Defesa TV mostra que ouvir os profissionais da
linha de frente é fundamental para entender e buscar soluções para a crise de
motivação nas forças de segurança.
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