24 abril 2025

Aumentos diferentes entre Polícias não agradou categorias. Policia civil sai fortalecida, mas a PM...

O governo da Bahia encaminhou à AssembleiaLegislativa uma proposta de aumento salarial diferenciado para as carreiras policiais no estado. Essa medida visa corrigir distorções históricas e valorizar funções específicas dentro das forças de segurança. No entanto, a proposta gerou um intenso debate entre as categorias de segurança pública, destacando-se a insatisfação de alguns segmentos com os percentuais de reajuste oferecidos.

A Proposta de aumento

A proposta prevê reajustes escalonados até 2026, com percentuais distintos para diferentes categorias. Praças e oficiais da Polícia Militar e Bombeiros receberão um aumento de 14,76%, enquanto delegados e peritos da Polícia Civil terão um reajuste de 14%. Investigadores, escrivães e peritos técnicos da Polícia Civil serão beneficiados com um aumento de 22%, e agentes penitenciários receberão 13,29%. Essa diferenciação foi justificada pelo governo como uma forma de corrigir desigualdades passadas e valorizar funções específicas.


Durante o processo de negociação, associações como a ForçaInvicta (oficiais) e a APPM (praças) participaram ativamente das tratativas com o governo. O Sindicato dos Policiais Civis da Bahia (SINDPOC) também teve um papel importante nas discussões. As entidades foram ouvidas em diversas rodadas de negociação, e a proposta final foi submetida à avaliação dos associados antes de ser oficialmente respondida ao Executivo.

Críticas e insatisfação

Apesar do reconhecimento da participação das entidades, houve críticas de parte das bases quanto à condução das negociações. Alguns membros acusaram os sindicatos civis de terem uma postura excessivamente conciliadora com o governo. A insatisfação é mais acentuada entre os militares estaduais, que expressaram descontentamento com o percentual recebido, alegando quebra de isonomia em relação a outras carreiras.


Consenso e avanços

Há um consenso entre as partes sobre a necessidade de valorização das carreiras policiais e a importância de avanços salariais após anos de defasagem. Tanto o governo quanto as entidades representativas destacaram que o reajuste representa um marco histórico, com ganhos reais para as categorias e perspectivas de melhorias em outros aspectos, como promoções, gratificações e condições de trabalho. O compromisso de manter mesas permanentes de negociação também foi celebrado como um avanço institucional.

Tensões Internas

O dissenso é marcante quanto à forma diferenciada do reajuste. Muitos militares estaduais expressaram insatisfação com o percentual recebido, comparando-se desfavoravelmente a outras carreiras, especialmente diante do reajuste maior para investigadores, escrivães e peritos técnicos da Polícia Civil. A percepção de que promoções e gratificações não substituem a valorização salarial direta alimenta o clima de descontentamento.

Reações dos Policiais Civis

Entre os policiais civis, apesar da aprovação da proposta em assembleia, houve votos contrários e exigências de continuidade do diálogo para tratar de outras pautas pendentes. Isso indica que, embora haja um reconhecimento dos avanços, ainda há demandas não atendidas que precisam ser discutidas.

Em síntese, a proposta de aumento diferenciado avança no reconhecimento da importância das forças de segurança, mas evidencia tensões internas sobre critérios de distribuição e o ritmo das conquistas. O processo de negociação envolveu as principais associações e sindicatos, que participaram formalmente das discussões, embora nem todos os segmentos se sintam plenamente contemplados ou representados no resultado final. A continuidade do diálogo e a busca por soluções que atendam às demandas de todas as categorias serão fundamentais para superar as atuais insatisfações e promover uma maior coesão entre as forças de segurança no estado da Bahia.

 

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