Na entrevista ao Canal Segurança e Defesa TV, conduzida por Rodney Idankas, o veterano e advogado Aurélio Gimenes trouxe reflexões diretas e preocupantes sobre a realidade dos policiais militares em São Paulo. Gimenes, com experiência tanto nas ruas quanto na advocacia, alertou para a chamada “via rápida” dentro da Polícia Militar, um mecanismo que, segundo ele, facilita a demissão de policiais de forma acelerada.
Ele confessou que, mesmo formado em Direito e com duas pós-graduações, só passou a entender a gravidade desse instrumento após deixar a ativa, destacando que muitos policiais desconhecem detalhes da I-40 PM e do RDPM, regulamentos que podem ser decisivos para o futuro na corporação.
O advogado ressaltou que o discurso institucional de que
“ninguém fica para trás” não condiz com a realidade vivida pelos policiais
militares. Ele citou como exemplo a recomposição salarial de 2023, que, segundo
ele, deixou muitos praças e oficiais subalternos para trás, com aumentos
escalonados e diferenciados. Gimenes questionou a lógica de se promover
reajustes distintos não só entre diferentes secretarias do governo, mas também
dentro da própria Polícia Militar, criando divisões entre praças e oficiais.
Durante a entrevista, Rodney Idankas provocou Gimenes a explicar como a Constituição Federal, que prevê isonomia salarial entre servidores públicos, pode ser desrespeitada com índices de reajuste diferentes dentro da mesma Secretaria de Segurança Pública.
Gimenes foi categórico ao afirmar que, apesar do mandamento constitucional, o Judiciário já consolidou o entendimento de que a competência para definir remuneração é exclusiva do governador do estado. Assim, buscar a via judicial para corrigir essas distorções, segundo ele, é praticamente inócuo, pois as decisões superiores tendem a manter a prerrogativa do Executivo.
Essa constatação coloca o policial militar em uma posição
delicada: refém das decisões políticas e orçamentárias do governo estadual.
Gimenes explicou que, mesmo havendo previsão constitucional para um índice
único de reajuste, a justificativa da falta de recursos públicos é
frequentemente utilizada para negar recomposições salariais justas, deixando os
profissionais de segurança em situação de vulnerabilidade.
Outro ponto importante abordado na entrevista foi a
rivalidade histórica entre as polícias Civil e Militar, agravada por políticas
de reajuste diferenciadas. Para Gimenes, a falta de unidade e o tratamento
desigual entre as corporações apenas aumentam as tensões internas e dificultam
o trabalho conjunto, tão necessário para a segurança pública. Ele defende que o
governo e a Secretaria de Segurança Pública deveriam buscar mecanismos para
promover a união entre as polícias, ao invés de aprofundar divisões.
A fala de Gimenes serve como alerta e convite à reflexão
para todos os policiais militares: é fundamental conhecer os regulamentos
internos, entender seus direitos e desafios, e cobrar das lideranças
institucionais e políticas um tratamento mais justo e transparente. O debate
sobre valorização, isonomia e respeito ao policial militar precisa ser
permanente, pois a segurança pública começa pelo respeito a quem a garante
diariamente nas ruas.
O veterano e advogado Gimenes atende pelo WhatsApp (11) 93707-6217.
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