29 abril 2025

Major quer ir ao STF para pedir aumento aos Policiais, mas está enfrentando obstáculos dos políticos

O cenário da recomposição salarial dos PMs no Rio de Janeiro tornou-se uma verdadeira novela, marcada por anos de luta e frustrações. Em entrevista ao canal Segurança e Defesa TV, o Major PM Luigi revelou os bastidores dessa batalha, destacando a necessidade urgente de um reajuste digno para os servidores da segurança pública.

A discussão gira em torno do direito constitucional à recomposição salarial, previsto no artigo 37, inciso X, da CF, que determina a revisão geral anual da remuneração dos servidores públicos. No entanto, na prática, esse direito tem sido sistematicamente negligenciado, gerando indignação e mobilização entre os militares e demais servidores do estado.

Nesse contexto, o Major Luigi anunciou sua intenção de ingressar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) junto ao STF, buscando garantir a efetivação desse direito. Ele enfatizou que a ADI não se trata de um aumento salarial arbitrário, mas sim da atualização dos vencimentos conforme determina a Constituição. A movimentação em torno dessa ação já começou a mexer com o tabuleiro político fluminense, pressionando deputados e partidos a se posicionarem diante da demanda dos servidores.

Além disso, o Major Luigi relatou que a pressão exercida pelos servidores públicos, especialmente os militares, obrigou os deputados estaduais a criarem uma comissão na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) para discutir a recomposição salarial. No entanto, ele criticou a postura de muitos parlamentares, que têm feito "ouvidos de mercador" diante das reivindicações, demonstrando falta de sensibilidade diante do sofrimento de milhares de famílias que dependem desses salários defasados. O Major ressaltou que a fome e a necessidade não podem esperar, e que a urgência da situação exige respostas concretas e imediatas das autoridades.

Na busca por apoio para viabilizar a ADI, o Major Luigi vem dialogando com diversos partidos políticos, tanto de direita quanto de esquerda, demonstrando que a luta pela recomposição salarial é suprapartidária. Ele citou tratativas com partidos como Mobiliza (PMN), PRTB, PT, PSD, Avante e, principalmente, o PDT, que teria demonstrado maior disposição em abraçar a causa. O projeto elaborado por Luigi foi encaminhado ao jurídico do PDT, que elogiou a iniciativa, mas ainda não deu uma resposta definitiva, o que tem gerado expectativa e cobrança por parte dos policiais.

Outro ponto destacado na entrevista é a necessidade de transparência e mobilização coletiva. O Major Luigi fez questão de expor os nomes dos partidos e autoridades envolvidos nas negociações, defendendo que a solução para a recomposição salarial deve ser construída de forma aberta e democrática. Ele também ressaltou que, caso não haja respaldo partidário, a alternativa será buscar o apoio de entidades de classe com representatividade nacional para ingressar com a ADI no STF, mostrando que não faltam caminhos para levar a demanda adiante.


É importante ressaltar que a recomposição salarial não beneficia apenas os policiais da ativa, mas também aposentados, pensionistas e servidores de outras áreas, como saúde e educação. Muitos desses profissionais, especialmente os veteranos, enfrentam dificuldades extremas para sobreviver, recorrendo a vaquinhas para pagar contas básicas e adquirir alimentos. O Major Luigi destacou que a recomposição é um direito de todos os servidores, e não pode ser tratada como privilégio de uma casta específica.

O Major também criticou a prática de reajustes diferenciados entre categorias e patentes, como ocorreu recentemente em outros estados, onde índices de aumento variaram entre policiais civis, militares e técnicos científicos. Para ele, essa diferenciação é inconstitucional e fere o princípio da isonomia, agravando ainda mais o sentimento de injustiça entre os servidores públicos. Ele defende que o reajuste deve ser linear, alcançando todos de forma igualitária, conforme determina a Constituição.

Luigi reforçou seu compromisso com a causa, afirmando que não busca protagonismo ou holofotes, mas sim uma solução efetiva para o drama vivido pelos servidores do Rio de Janeiro. Ele conclamou a sociedade e os colegas de farda a se manterem mobilizados, pressionando deputados, partidos e entidades para que a ADI seja protocolada o quanto antes. Segundo ele, o momento é de união e coragem, pois apenas com pressão e transparência será possível romper o ciclo de descaso e garantir justiça salarial para quem arrisca a vida diariamente pela segurança da população.

 

SIGA-NOS EM NOSSAS REDES SOCIAIS
Siga-nos no X, clique aqui 
Siga-nos no Instagram, clique aqui 
Clique aqui para falar no WhatsApp 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

PM não pode ser fábrica de punir, tem que pensar igual a PC

A condução de processos dentro da Justiça Militar segue sendo um dos temas mais polêmicos entre agentes de segurança, veteranos e pensionist...