O Supremo Tribunal Federal já bateu o martelo, e não foi uma vez só. Em diversas ocasiões, reafirmou que o cargo de delegado de polícia tem natureza essencialmente policial, não jurídica. Mesmo com a resistência de parte da categoria, a Suprema Corte deixou claro que não há espaço para comparações com magistrados, promotores ou defensores públicos. Delegado não é carreira jurídica, é policial, com muito orgulho.
Em julgamentos unânimes, o STF considerou inconstitucionais as leis estaduais que tentavam equiparar delegados às carreiras jurídicas. Essa tentativa fere diretamente a separação dos poderes, além da estrutura de subordinação funcional das polícias civis ao Poder Executivo — mais especificamente, aos governadores dos estados. A regra é clara: a chefia da Polícia Civil está subordinada ao comando do Executivo estadual.
Tentativas de conferir autonomia funcional aos delegados, como ocorre com juízes ou promotores, também foram consideradas inconstitucionais. Isso porque a Constituição Federal prevê subordinação direta das polícias civis ao governador. O delegado está, sim, inserido em uma cadeia de comando: delegado geral, secretário de segurança e, no topo, o chefe do Executivo.
Outro ponto reforçado pelo STF: a condução de investigações criminais não é exclusividade do delegado. Outras instituições — como o Ministério Público, a Polícia Militar (em crimes militares) e até as Forças Armadas — podem realizar investigações, desde que previstas em lei e respeitados os direitos constitucionais dos investigados.
A estrutura da Polícia Civil é hierárquica e administrativa, e os atos internos — inclusive decisões tomadas em inquéritos — podem ser revistos por superiores. Não existe autonomia plena. Assim como em qualquer setor do serviço público, a administração pode corrigir ou anular atos equivocados.
O entendimento do STF é pacífico: delegado de polícia exerce função policial, e não jurídica. Equiparar esse cargo às carreiras jurídicas ou conferir-lhe independência funcional fere a Constituição. Quem insistir nessa tese, seja por meio de leis ou discursos políticos, vai bater de frente com a jurisprudência consolidada do Supremo.
Valorizar a carreira de delegado é importante, mas essa valorização precisa ser coletiva, alcançando toda a estrutura da Polícia Civil: investigadores, escrivães, peritos, papiloscopistas, oficiais, entre outros. O trabalho policial é uma engrenagem, onde cada peça é fundamental para o bom funcionamento do sistema de segurança pública.
Por fim, com a nova Lei Orgânica Nacional das Polícias Civis em pauta, o foco deve ser no fortalecimento institucional como um todo. A luta da categoria não deve ser por status isolado, mas sim por reconhecimento e dignidade para todos os profissionais da segurança pública. Honra e força sempre — até a próxima missão.
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