A equipe do SDTV Podcast traz à tona uma realidade alarmante que muitos conhecem, mas poucos discutem abertamente: a saúde mental dos agentes de segurança pública está em risco, e o principal responsável por isso é a necessidade constante de realizar “bicos”. Uma pesquisa recente realizada pelo canal Segurança e Defesa TV revelou dados impactantes que expõem o custo humano por trás dessa prática recorrente nas fileiras policiais. Este tema exige reflexão e ação imediata por parte de comandantes, delegados e gestores da segurança pública em todo o Brasil.
Segundo a pesquisa, que contou com a participação significativa da tropa, 85% dos policiais afirmaram que o bico está diretamente ligado ao adoecimento mental dos profissionais. Os dados, coletados entre policiais militares, civis, penais, científicos e guardas municipais, reforçam uma realidade observada no cotidiano: o bico, muitas vezes legalizado e autorizado pelas administrações, não é apenas uma escolha, mas sim uma imposição silenciosa diante dos baixos salários e da necessidade de sustento familiar.
O acúmulo de funções, a falta de tempo com a família, o cansaço extremo e o estado de alerta constante, mesmo fora do expediente, têm provocado sintomas graves como insônia, irritabilidade, dores de cabeça, dificuldade de concentração e, em muitos casos, quadros de depressão profunda. Relatos coletados por Rod Neidanca, psicólogo e ex-policial, reforçam o cenário alarmante de estresse crônico dentro das corporações, onde o policial precisa estar sempre pronto, mesmo quando sua saúde física e mental está em colapso.
A cultura do herói inabalável que predomina nas polícias inibe a busca por ajuda psicológica. Muitos agentes evitam procurar tratamento por medo de serem rotulados como fracos ou incapazes. Essa mentalidade alimenta um ciclo de silêncio e sofrimento, agravando os quadros de ansiedade generalizada e depressão. O resultado? Profissionais sobrecarregados, emocionalmente fragilizados e expostos a riscos ainda maiores no desempenho de suas funções.
Outro ponto sensível levantado nos comentários da pesquisa é a sensação generalizada de invisibilidade e desvalorização institucional. Muitos policiais sentem que são apenas números em uma planilha, pressionados por metas, sem o devido reconhecimento ou apoio de seus superiores. Escrivães sobrecarregados, delegados ausentes e comandantes indiferentes reforçam esse sentimento de abandono nas pontas da linha.
Nenhum comentário:
Postar um comentário