09 junho 2025

Promessas vazias: a luta dos Policiais de SP por JUSTIÇA SALARIAL

No universo da tropa, a data-base é nossa bússola quando o assunto é reajuste. Mas pra ela ser legítima, tem que estar prevista na LDO e na LOA, senão, é só fumaça. O Supremo já deixou claro: se não tá na lei orçamentária, não existe obrigação. Antigamente, pra cumprir tabela, o governo jogava aquele simbólico 0,1%, só pra dizer que respeitou a Constituição. Era o mínimo do mínimo, mas rolava. Hoje nem isso. O entendimento mudou e agora o governador só concede reajuste se quiser.

Na prática, o que se vê é uma engenharia feita pra manter a cúpula bem alinhada com o comando. Os delegados, por exemplo, perderam terreno. Tinham uma vantagem sobre os oficiais da PM por causa do adicional de polícia judiciária (o famoso ADPJ). Hoje, com esse adicional, ficam no mesmo patamar dos coronéis. Quem não tem ADPJ ficou pra trás, e isso gerou revolta dentro da própria Polícia Civil, especialmente nas classes mais altas.



E a tropa da base? Essa mal respira. Soldado recebendo mil reais virou dois mil? Parece muito no papel, mas continua longe do que deveria. Enquanto isso, um coronel que recebia 25 mil agora embolsa 50. A matemática é clara: o aumento proporcional favorece quem já tá no topo. O investimento na PM foi de cerca de 25% da massa salarial, contra 20% na Polícia Civil. A diferença tá aí, escancarada.

Lá atrás, Dória prometeu que São Paulo teria a polícia com o segundo melhor salário do país, só abaixo da Federal e da do DF. Não cumpriu. Entregou migalhas, perdeu apoio e sumiu do jogo. Agora vem Tarcísio com o mesmo discurso ensaiado. Disse que levaria a polícia paulista ao top 10 nacional, mas a realidade é dura: estamos no fim da fila. Dependendo da carreira, São Paulo ocupa o 23º ou 24º lugar. E com 5% de reajuste, essa posição não muda.

Ainda há tempo de corrigir a rota. O relógio político tá correndo. Ano que vem começa o período eleitoral e aí o governo fica travado pra mexer com reajustes. Se for fazer, tem que ser agora. Lá no governo Fleury, teve panelaço, mobilização de esposas dos policiais, e a pressão deu resultado: 95% de reajuste no fim do mandato. Foi no braço, na rua, sem rede social, só na base da força e da articulação.

Hoje, com todos os recursos e tecnologia, o movimento precisa ser mais articulado. A Assembleia tem instrumentos legais pra reagir. Pode até aprovar um decreto legislativo, forçando a mão do Executivo. A desculpa de que reajuste só pode vir do governador não cola mais quando ele ignora a data-base. Se ele não age, o Parlamento precisa se mexer.

Já foi protocolado projeto com base na reposição inflacionária de 2023 e 2024, somando quase 10%. Pode até ser barrado, mas vai expor quem está contra o funcionalismo. A base da segurança já se mobiliza com sindicatos e associações. O recado é claro: se não vier respeito e valorização, o governo vai enfrentar resistência — como já enfrentou no passado.


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