O SDTV Podcast, apresentado por Rodney Idankas, é um canal dedicado a informar e refletir sobre a realidade enfrentada por policiais e guardas municipais em todo o país. O programa se propõe a ir além de discussões políticas, abordando temas sensíveis e cotidianos da atividade policial, como os desafios emocionais, os riscos da profissão e o impacto na vida pessoal dos profissionais de segurança. Em um dos episódios, um convidado com ampla experiência na área destacou que, mais do que força, é essencial ter propósito para enfrentar a rotina da linha de frente.
A discussão começou com uma crítica a certos podcasts sensacionalistas, onde veteranos da segurança pública relatam feitos antigos, muitas vezes duvidosos e, pior, tratados como façanhas. “Arma na mão, corpo no chão” não é bravura, é irresponsabilidade. Esse tipo de narrativa distorce a realidade e forma gerações de jovens que confundem autoridade com violência. Um dos relatos mais impactantes foi de um policial que, motivado por bullying, entrou na corporação com sede de revanche, não de justiça.
O episódio também abordou tragédias que marcam e não cicatrizam. O caso do guarda Ferraz, de Francisco Morato, cuja criança fardada buscava pelo pai no velório, revela que o preço da farda é muitas vezes a ausência em casa – ausência eterna. A empatia é colocada em xeque quando alguém comemora ou banaliza esse tipo de perda. É preciso lembrar: quem veste uma farda também tem família, sentimentos e uma luta diária para manter a sanidade.
Outro ponto forte foi o relato do policial PCD Figueiredo, vítima de fogo amigo. Mesmo após décadas, a dor e o trauma ainda estavam vivos. E o que fez? Ligou para o colega que atirou nele e disse: “Hoje você vai dormir em paz.” Isso mostra que quem é de verdade nessa profissão não glorifica a morte – carrega ela como um fardo. Quem acha bonito ver violência, talvez precise repensar se realmente está preparado para ser policial.
Dentro da corporação, há outro inimigo silencioso: a perda de propósito. Muitos guardas estão vazios por dentro, sem reconhecimento, sem estrutura e sem perspectiva. É nesse ponto que o episódio faz um chamado claro: precisamos de aposentadoria digna, porte de arma nacional e um resgate urgente do propósito. Sem isso, nenhuma estrutura ou viatura basta. Quando o coração está cheio, a farda tem peso, mas também tem sentido.
O SDTV Podcast também tocou em temas sensíveis como a saúde mental dos agentes e a crise espiritual que muitos enfrentam após verem de perto o pior da humanidade. Muitos se perguntam onde está Deus no meio de tanto sofrimento. Outros tentam preservar a última centelha de humanidade olhando para o espelho e buscando reconhecer a si mesmos.
Finalizando, o episódio trouxe uma poderosa distinção entre ser profissional e ser construtor. O profissional recebe salário. O construtor, constrói liberdade. E é esse o desafio lançado: ser aquele que transforma a instituição de dentro para fora, com coragem, propósito e fé. O legado de quem vive com sentido não se apaga – ele ecoa, mesmo depois do último fôlego.
Esse foi mais um episódio do SDTV Podcast, com uma conversa que precisa ser ouvida, refletida e, principalmente, vivida por quem veste a farda todos os dias.
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